sábado, 8 de dezembro de 2012

Aldo Rebelo se compromete com propostas do Comitê Popular da Copa


O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, nesta sexta-feira (7), em São Paulo, representantes do Comitê Popular da Copa e se comprometeu a levar as reivindicações do movimento para dialogar dentro do governo federal e também para os governos estaduais e prefeituras das 12 cidades-sede. 



Além do ministro e de dez representantes do comitê, participaram da reunião o chefe das assessorias do ministério, Luis Paulino, e o coordenador geral de movimentos urbanos da secretaria geral da Presidencia, Mauricio Dantas.

O movimento

No último sábado, pouco depois de Alex Atala trocar as bolas e roubar a cena no sorteio da Copa das Confederações, cerca de duas mil pessoas representando mais de 50 grupos saíram da ocupação popular na rua Mauá, no centro de São Paulo, e caminharam até o Anhembi, onde se concentraram os eventos promovidos pela Fifa, para protestar por eventos esportivos menos elitistas e que incluam, nas respectivas politicas de prioridades, os anseios das camadas menos favorecidas das cidades-sede.


Chamado de "Copa para quem?", o ato contou também com intervenções de grupos de teatro que encenaram críticas a Fifa; organizado pelo Comitê Popular da Copa, deu voz ainda de atingidos pelas remoções de moradias no entorno do estádio do Corinthians, em Itaquera, até feministas preocupadas com o turismo sexual em eventos desse porte. E como anunciado na própria manifestação, o grupo conseguiu uma reunião com o ministro Aldo Rebelo, no escritório da presidência em São Paulo, nesta sexta-feira (7).

"Fiquei sabendo sim do ato e vamos recebê-los. Queremos ouví-los", comentou Rebelo na terça-feira, durante visita às obras do novo estádio do Palmeiras. Um dia depois, o encontro foi confirmado e teve pelo menos cinco membros que levaram as principais questões de violação dos direitos humanos ao representante do Governo - um dossiê sobre o tema, aliás, completa um ano da primeira publicação no próximo dia 10 de dezembro e, segundo o Comitê, ainda não teve nenhuma resposta.

"Teremos pelo menos uma pessoa ameaçada por remoção em Itaquera representando a luta por moradia, um vendedor ambulante que corre o risco de não poder trabalhar, um representante da juventude e classe universitária, um representante do Movimento Nacional da População de Rua, e alguém do Movimento Negro, para levar também a questão do extermínio nas periferias e do aparato militar mobilizado para a Copa", explica Juliana Machado, que estará presente no encontro em representação dos jovens paulistanos.


Denúncias

De acordo com números do Comitê, a reinvidicação de moradia envolve cerce de 170 mil pessoas que devem ser removidas de suas casas nas doze cidades que receberão o Mundial em 2014. A conta também é de cerca de 10 mil ambulantes que estão ameaçados de trabalhar no país pela limitação da Lei Geral da Copa que dá poder à Fifa sobre o comércio num raio de 2km dos estádios do torneio. A intenção do grupo é também conseguir levar à conversa com Aldo Rebelo representantes de outras áreas, como as que tratam do feminismo, da parte jurídica e do serviço social.

Na Bahia, um exemplo emblemático da lei é o da venda de acarajés. Em entrevista recente à TV Globo, a chefe de gabinete da Secopa (responsável pela organização da Copa no Estado), Liliam Pitanga, disse que o Estado está tentando garantir a venda da comida típica por meio de um ofício à Fifa em que solicita a permissão para que as vendas possam acontecer no entorno e dentro da Fonte Nova pelas próprias vendedoras locais a partir de uma regulação da entidade que comanda o futebol. "Não fomos chamadas para participar da licitação. Quando eles contratam uma empresa que provavelmente não é da Bahia, a empresa vai contratar uma cozinheira, não uma baiana. É com esse dinheiro que a gente sobrevive e mantém a família", comentou Rita Santos, presidente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé, à mesma emissora.

Outro fenômeno fruto da Lei Geral é a adaptação de comércios que ficam em áreas próximas de onde acontecerão os jogos. Reportagem do mês de setembro no portal UOL contou que bares em frente ao Maracanã receberam toldos dos patrocinadores da Copa, pagos pela Coca-Cola e pela Brahma. De acordo com a legislação implantada, a organização do Mundial tem o direito de impedir qualquer tipo de marketing de concorrentes dos patrocinadores do evento, o que pode colocar em dúvida o funcionamento de um estabelecimento que estampa a marca de uma cerveja que não seja a que financia a Copa do Mundo.

Fonte: Da redação, com a agências

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