O
surgimento das primeiras escolas de Serviço Social na América Latina deu-se
devido à necessidade de compreensão dos problemas sociais da sociedade com a
finalidade de ser tornar um objeto de estudo e mediador dos conflitos entre as
classes. Nesse conceito podemos citar a Igreja Católica, o Estado e a Burguesia
como incentivadores na transformação indivíduo, buscando uma reforma social
através de princípios básico da religião e preparo dos profissionais de Serviço
Social no atendimento das necessidades do Estado, intervindo na insatisfação da
classe operário e, consequentemente, favorecendo em resultados positivos a
Burguesia.
A primeira escola foi fundada em
1925, no Chile ( Santiago), chamada de Del Rio. Deu origem ao Serviço Social
Latino-Americano devido a forte influência Belga, Francesa, Alemã e,
consequentemente, Norte-Americana. Foi iniciativa do Estado e com o influente
médico Alejandro Del Rio.
Na América Latina, o profissional
era subordinado à ter formação médica e, com isso, além de possuírem
rentabilidade através da atuação na saúde, muitos trabalhavam na área de
serviço social, que era de grande importância o seu conhecimento as
necessidades da profissão.
Depois em 1929, surgiu a organização
Escola Elvira Matte de Cruchaga com motivações religiosas pela Igreja Católica.
O objetivo era formar profissionais de serviço social capacitados para o
enfrentamentos dos conflitos e a miséria da sociedade chilena, seguindo os
princípios básico da Igreja no desenvolvimento de conhecimento técnicos, como
no trabalho com o indivíduo, dando orientações com conteúdo religioso,
entendido como vocação por seus orientadores.
Desta forma, tinha o intuito mediar
as mazelas da questão social, com visitas domiciliares das profissionais,
mulheres, denominadas visitadoras. As mesmas levando paz, alegria, segurança,
confiança, orientação e de uma forma normal havia claramente um controle social
sob as famílias assistidas.
A Escola Elvira Matte de Cruchaga
teve influência internacional, por ser considerada a primeira escolhida pela
União Católica Internacional de Serviço Social, a UCISS. Uma característica
dessa organização era promover o Serviço Social na América Latina.
No Brasil, o Serviço Social se deu
através das ações da Igreja Católica no campo social. Em 1935, quando se
oficializou a ação católica, D. Leme preocupado em recristianizar a sociedade
criou a Universidade Católica do Rio de Janeiro, a fim de conquistar
intelectuais e aproximar o Governo.
e, segundo Iamamoto (2004, p. 18) "o debate
sobre a 'questão social' atravessa toda a sociedade e obriga o Estado, as
frações dominantes e a Igreja a se posicionarem diante dela".
Sendo assim, surge em 1936 a primeira escola de Serviço Social em
São Paulo. Essa escola nasceu do Centro de
Estudos e Ação Social – CEAS. A finalidade básica discutir a questão social
dentro da doutrina católica. Nesse momento, a igreja direciona pessoas a
Bélgica para se especializarem e retornarem ao Brasil com os ensinamentos do
curso de Serviço Social de fora.
Foi no âmbito da influência norte-americana que
importamos, progressivamente, os métodos de Serviço Social de Caso, Serviço
Social de Grupo, Organização de Comunidade e, posteriormente, Desenvolvimento
de Comunidade. (SILVA, 1995, p.41)
Até que em 1937 cria-se a segunda escola de
Serviço Social por D. Leme, Stela de Faro e Alceu Amoroso Lima. Sendo essas duas
as escolas pioneiras de Serviço Social no Brasil.
Silva (1995) afirma
que desde o ano da criação das primeiras escolas de Serviço Social até 1945,
são definidos três eixos para a formação profissional do assistente social são
eles:
1-Formação
científica, no qual era necessário o conhecimento das disciplinas como
Sociologia, Psicologia, Biologia, Filosofia, favorecendo ao educando uma visão
holística do homem, ajudando-o a criar o hábito da objetividade;
2-Formação técnica,
cujo objetivo era preparar o educando quanto sua ação no combate aos males
sociais; e a
3-Formação moral e
doutrinária, fazendo com que os princípios inerentes à profissão sejam
absorvidos pelos alunos.
A partir da década de 30, com a urbanização crescente, os efeitos do capitalismo, a luta de classes foi marcante para a institucionalização do Serviço Social. O profissional de serviço social, o assistente social, passou a ser colocar no mercado como mão-de-obra especializada a enfrentar os problemas sociais através de práticas, metodologias, aplicações de programas sociais.
Por Glaucia Vargas