Nas manifestações de rua defendemos políticas públicas, gratuitas e universais
O Brasil e o mundo surpreenderam-se nas últimas semanas. Milhões de pessoas foram às ruas
defendendo o que acreditam ser bandeiras capazes de construir uma vida melhor.
Nas ruas de todo o país (capitais e interior dos estados) muitas reivindicações foram apresentadas.
Algumas parecem comuns a todos: um questionamento aos gastos públicos com a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos; a defesa do transporte como política social, na contramão do imenso lucro obtido por empresários do setor; a defesa de saúde e educação públicas,
gratuitas, com qualidade, com acesso para todos e com “padrão FIFA”.
Outro aspecto comum foi a ampla rejeição à violência policial. O Brasil conheceu, publicamente, a
polícia brasileira o que moradores das periferias, favelas e ruas já conheciam. Intolerância; tiros e bombas
a esmo; prisões arbitrárias de negros, pobres e homens jovens, majoritariamente.
É possível perceber conexões da violência policial a com outras em curso, no país e nos atos.
Moradores de rua; mulheres feministas que expunham suas reivindicações com seus corpos; militantes de
partidos políticos e movimentos sociais ligados às classes trabalhadoras também foram espancados por
alguns manifestantes.
Há uma profunda contradição neste processo: partidos políticos são instrumentos fundamentais
para a democracia. Partidos comprometidos com a classe trabalhadora conduziram lutas por conquistas
fundamentais. Tentar excluí-los, como faz a mídia burguesa, pode nos fazer voltar a regimes autoritários e
ditatoriais, que mobilizações sociais como as atuais já derrotaram no passado.
O Serviço Social brasileiro vem, há décadas, defendendo a socialização da riqueza; a qualidade
dos serviços oferecidos à população; a ampliação da democracia e da participação popular; o combate a
todas as formas de discriminação e preconceito e a defesa, de modo intransigente, dos direitos humanos.
Nosso código de ética não tem receio de afirmar: isto significa a construção de uma sociedade sem
exploração ou dominação de classe, gênero ou etnia.
As conquistas das mobilizações, como a ainda pequena redução dos preços das passagens, não
podem prejudicar outros direitos da população, como querem os governos federal, estaduais e municipais.
Quem deve pagar esta conta são empresários, que tanto lucram com a desigualdade social.
O Conselho Regional de Serviço Social chama assistentes sociais a se somarem às lutas em
curso, defendendo junto à sociedade nossos valores e propostas coletivamente construídos.
Diretoria do Conselho Regional de Serviço Social – Rio de Janeiro / www.cressrj.org.br
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