quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Os benefícios do Bolsa Família, da seca ao desempenho escolar

Ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, faz balanço positivo do Bolsa Família que, inclusive, ajuda no combate à seca no Nordeste. Crianças das famílias beneficiadas se destacam também no desempenho escolar

Os recursos do Bolsa Família estão ajudando a evitar que trabalhadores rurais deixem o campo em função da seca que atinge o semiárido brasileiro, que é a mais intensa dos últimos 30 anos. A avaliação foi feita nesta quinta-feira (1º) pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

Segundo ela, o dinheiro que as famílias recebem, associado a outros programas do governo federal, como a política de construção de cisternas, ajudam essa parcela de brasileiros a se manter em suas propriedades. “A população está sofrendo muito com a seca, mas tem recursos para se alimentar e, portanto, a gente não tem aquelas cenas de êxodo rural como no século passado. Com o Bolsa Família e outros programas, elas conseguem se manter [no campo], evitando o processo de concentração da propriedade e o aumento das populações nas cidades, muito comum no passado.”

Segundo a ministra, como parte dos esforços do governo federal para combater os efeitos da seca na região do Semiárido, foram construídas nos últimos anos 500 mil cisternas para armazenar água da chuva, ou ser abastecidas por caminhões-pipa. Ela destacou que o objetivo da presidenta Dilma Rousseff é universalizar o recurso, “levando água a todas as famílias por meio das cisternas”.

Tereza Campello citou ações complementares emergenciais do governo para atender a famílias e minimizar os efeitos da seca, como o seguro safra e a bolsa estiagem. Ela explicou que, com o primeiro, as famílias que perderam a safra e tomaram empréstimo no banco tiveram a dívida perdoada. No caso da bolsa estiagem, as famílias recebem recursos adicionais para comprar alimentos para seus animais, “para que não haja perda e elas não saiam da seca mais empobrecidas do que antes”. “Não temos como combater o clima, mas temos que conviver com o Semiárido com ações estruturantes”, concluiu.

Somente na Paraíba, um dos estados mais prejudicados pela estiagem, mais da metade dos municípios está em situação de emergência, decretada pelo governo estadual. Além da população, os animais também sofrem com os efeitos do clima. De acordo com a Federação de Agricultura e Pecuária da Paraíba, a falta de água agravou a situação do gado e está causando perdas no rebanho bovino.

Desempenho escolar
Outra consequência positiva do Bolsa Família, referida pela ministra, foi o bom desempenho escolar das crianças cujas famílias são atendidas pelo programa. É o efeito mais surpreendente da implementação do programa, há nove anos. De acordo com a ministra, essas crianças têm níveis maiores de aprovação e índices mais baixos de evasão escolar.

Ela destacou que, em 2010, enquanto 75% dos jovens da rede pública foram aprovados, a média de aprovação entre os jovens do Bolsa Família atingiu 80%. Além disso, a evasão de toda a rede escolar foi 11% e entre os estudantes incluídos no programa, 7%. “É a primeira vez na história que temos indicadores para a população pobre melhores do que para o conjunto da população. Esse é o elemento que mais temos que comemorar”, disse. Os resultados em termos de educação mostram que “quando as famílias recebem os recursos do Bolsa Família se apegam à oportunidade”, e os jovens se esforçam porque compreendem que o benefício depende de sua participação. 

A ministra enfatizou que os resultados do Bolsa Família também demonstram - ao contrário dos preconceitos elitistas - que as famílias mais pobres sabem empregar os recursos que recebem para melhorar as condições de vida. E ressaltou que o programa não incentivou as famílias a deixar de trabalhar. “Todos os dados mostram que o emprego no Brasil cresceu exatamente nas regiões onde há mais beneficiários do Bolsa Família. [O programa] não só não gerou o efeito preguiça, mas também ajudou a dinamizar a economia nessas regiões”, disse, ao acrescentar que os recursos são usados principalmente na compra de alimentos, medicamentos, vestuário, material de limpeza e de higiene, além de melhorias nas condições das moradias e em transporte.

Os investimentos federais no programa, que este ano somam 20 bilhões de reais (que representa um oitavo dos juros da dívida pública apenas nos nove primeiros meses do ano, quando alcançaram 160 bilhões), representam 0,46% do PIB. Para a ministra o maior desafio para os próximos anos é identificar famílias que atendam aos critérios de inclusão, mas que ainda não recebem os recursos.

“Queremos localizar essas famílias e para isso estamos em parceria com municípios, concessionárias de energia elétrica, entre outros”, disse, ao enfatizar que a busca ativa servirá para incluir mais brasileiros em todos os programas do Brasil sem Miséria, por meio do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

Com informações da Agência Brasil

..

Nenhum comentário:

Postar um comentário