O livro Ditadura e Servico Social: Uma Análise do Serviço Social no Brasil disserta sobre a intenção do processo de ruptura , levando-se
em consideração a fase de transição, analisando da década de 70 a 80, as
mudanças e a proposta de continuidade através de movimentos abordando temas e
debates sobre as perspectivas sobre o processo de ruptura e a necessidade de se
implementar um novo currículo na prática do profissional de serviço social no
eixo teórico-profissional. Com isso, cita o projeto Global em Belo Horizonte.
Sendo um momento significativo para os assistentes sociais.
Entretanto, vale ressaltar que o
processo de ruptura tem haver com a influência marxista devido a forte
militância de seus representantes políticos. Militância essa que foi marcada
pela mobilização estudantil de 1964-68.
Os profissionais envolvidos nesse
processo eram ligados a grupo de esquerda influenciados pela igreja. E,
levantavam discussões sobre “idealismo” e “materialismo”.
Num
segundo momento, o marxismo acadêmico é dominante, e exigia um padrão
intelectual na análise profissional da categoria, dentro do quadro de transição
política e a evolução do marxismo estruturado.
Com
esse entendimento e tendências democráticas utilizando-se das tradições
marxistas foi de suma importância para entender a atualidade do profissional no
campo de atuação no enfrentamento dos problemas sociais visíveis na prática.
O
texto cita, também, o período da ditadura militar como uma fase onde os
profissionais demonstraram maior resistência a crise da ditadura, profissionais
esses docentes, formados, que desenvolveram durante esse momento uma maturidade
intelectual, se colocando em oposição ao tradicionalismo já no final da década
de 80.
Leila
Santos e Vicente de Paula Faleiros se tornaram referência como profissionais
com suas particularidades, mas que foram fundamentais na constituição do
projeto de ruptura no Brasil e para a renovação do Serviço Social.
Leila
Santos teve forte influência quando dirigiu, em Belo Horizonte, a escola
mineira (1972-75) na institucionalização da categoria. Sendo que não teve êxito
em sua experiência e vinculou-se ao CELATS, intervindo com reflexões críticas
da proposta Belo-Horizonte focando a importância do Serviço Social na prática
no campo do saber visando o papel do assistente social para a redefinição da
profissão, buscando salientar o marco das políticas sociais e de assistência
para o desenvolvimento do processo de ruptura.
Já
Faleiros com herança marxista e militante, e sua experiência, publicou após de
ter sido exilado seu primeiro trabalho em Buenos Aires, que veio para o Brasil
de forma discreta mas, que seu conteúdo sócio, político contribuiu muito para o desenvolvimento da
intenção do processo de ruptura, caracterizando o avanço do Serviço Social
latino-americano para a atuação do profissional no Brasil.
Essa
transição retrata dois fatos marcantes fundamentais que foi na década de 60 a
elaboração do grupo Belo horizonte, através de seus conhecimentos teóricos e
metodológicos a construção de uma alternativa global ao tradicionalismo e a
reflexão do quadro social produzida por Iamamoto pelo progresso de renovação da
categoria no contexto da ruptura, voltada a compreensão do significado social
do exercício do profissional com a produção e a reprodução das relações sociais
para a sociedade brasileira.
A
autora aborda a reflexão de Iamamoto, ligada ao sistema de produção social
capitalista, principalmente, no que se refere ao capital e a divisão de
trabalho nas relações e classes sociais.
Para
Iamamoto, é de extrema importância à inserção do Serviço Social na
intermediação dentro das instituições sociais, para que haja um controle do
operário e o profissional seja um mediador a normatização da vida do
trabalhador frente aos interesses da organização.
E,
com a transição do capitalismo concorrencial ao monopolista, mediante as
demandas, surgi a necessidade da intervenção do Estado na questão social, com a
legitimação da profissão junto a prestação de serviços dos assistentes sociais
dentro da prática, elaborando políticas sociais que atendam as necessidades
básicas e os direitos sociais do cidadão. Transição marcada também por lutas
populares e democráticas em busca de conquistas de direitos garantidos pelo
Estado e pelas instituições capitalistas.
Desta
forma, Iamamoto mostra a importância da modernidade do serviço social e a
ruptura da herança conservadora para a renovação do serviço social no Brasil.
Essa
modernidade retrata como um fato recente na formação social brasileira que
contribui para o reconhecimento, a compreensão e os serviços prestados pelo
profissional de uma maneira teórica, prática e crítica frente às formas de
socialização, inserção e controle social.
Em
suma, a renovação profissional trazida pelos profissionais do Serviço Social,
prega tendências fundamentais para o enfrentamento das expressões da questão
social as classes e grupos sociais, através do entendimento da vida social das
classes e grupos sociais brasileiros. Abrindo, desta forma, um novo rumo para
os assistentes sociais atuar suas atividades na contemporaneidade.
Referência Bibliográfica:
Netto, José Paulo. Ditadura e Servico Social: Uma Análise do Serviço Social no Brasil Pós-64. 16º ed./2011. Ed. Cortez-SP.
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