Pessoas com síndrome de Down provam a cada dia que são capazes
participar de atividades sociais e de trabalho no dia a dia. O Instituto
Ápice Down, que sobrevive financeiramente de vendas de calendários e
agendas e têm parcerias com empresas funciona, na capital federal, há
oito anos. Hoje, a instituição atende 640 crianças, adolescentes e
adultos portadores de Down, por mês, no processo de inclusão e
socialização.
Nesta quarta-feira (27), o Ápice lança sua campanha anual que tem
como foco a participação dos portadores de Down na prática de esportes.
Andréa Quadros, uma das fundadoras e voluntárias do instituto, explicou
que o motivo que a levou a estruturar a instituição foi “o direito que
essas pessoas têm à humanização e à acessibilidade social”, disse.
Andréa disse que a entidade conta apenas com o esforço voluntário.
Ela ressaltou que o crescimento do Ápice Down trás, como consequência, a
necessidade cada vez maior de voluntários. Além disso não há
preferência ou limitação para categorias profissionais. “Qualquer tipo
de profissional é bem-vindo, já que temos mais de 300 crianças na fila
de espera”. “Precisamos de pessoas e empresas que se habilitem a nos
ajudar”, explicou Andréa.
Jéssica Mendes, que tem Down, está se formando no curso de
fotografia pelo instituto. Ela fotografou o material de divulgação para o
Ápice.“Eu gostei de fazer esse trabalho voluntário. Eu estou sempre me
colocando a disposição deles e acabei tendo contato com a fotografia e
com as crianças”, disse.
Aos 21 anos, ela conta que ao fotografar as crianças com Down sentiu
uma forte emoção. “Eu [ao] fotografar as crianças é como se interagisse
com elas. São meio bagunceiros, mas sempre estão ali para ajudar”,
brinca. Jéssica conta que no curso de fotografia tem muitos amigos e não
tem problemas por ser portadora da síndrome. Ao contrário, ela disse
que “é um crescimento”. “Eu fui conversando com o pessoal, criando
amizades, fui desenvolvendo a minha vida social com eles”.
Jéssica também faz pilates e diz que gosta muito do lugar por que
ganha “autoestima” e deixa a aula sempre, sentindo-se “uma outra
pessoa”. Ela tem dificuldades com alguns exercícios mas não desanima e
está sempre disposta e pronta a dar a volta por cima. “Se tenho
dificuldade, a professora vai e ajuda, está sempre me dando apoio”,
conta.
Os calendários e agendas são a única forma de renda do instituto,
portanto, serão comercializados. O Ápice Down tem ainda com atendimentos
de fonoaudiologia, fisioterapia e orientação jurídica.
Fonte: EBC
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